segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Kate, o clã e os lobos

Por mais estranho que pareça, um clã começa pelo amor. Um amor abarcador, imenso, delicioso. No fim é um facto, uma evidência.
Acaba sempre mal, na parte da estrutura, mas, o interessante é que as ramificações se medusam como um polvo... ou uma serpente, que sericota, depois de cortada a cabeça.
Em Portugal, Jane Birkin era a mulher amada de Gainsbourg, a lenda...fazendo esquecer que, antes dela, ele escreveu Je t'aime para BB (Brigite, a Bela).
Jane tinha uma filha, Kate, que levou para Serge G. criar com o sentimentalismo que lhe era conhecido. Aos 11 anos, quando Jane deixou Serge, já com Charlotte, Kate perdeu a referância do pai. Procurou o verdadeiro e deu-se bem até ele morrer....de ataque cardíaco. Passou pelas drogas, alcool, construiu uma associação para si e para os outros como ela. Reconstruida, fotografou como ninguém.
Mas a reconstrução é frágil quando somos humanos...






Kate Barry, 46 anos, era filha do compositor John Barry, que ganhou cinco Óscares, falecido em 2011, conhecido pela música de mais de uma dezena de filmes de James Bond. Apesar de ser conhecida como A discreta, esteve sempre LÁ quando era necessário.





Mas um clã é isto, desgasta-se de tanto suporte e apoio, tanto desacompanhamento fora de festas, desajustadas, tantos medos, tantas parvoíces a fazer de conta que se têm forças que nem o Menino Jesus tem no Natal - Lou Doillon, Charlotte Gainsbourg e o filho de Lulu....como se chama?lá vão continuar unidos e desajustados

As fotos de Kate vão ficar na história. A família e amigos vão remoer.
Tinha mudado de casa e o namorado ia lá jantar nesse dia...mas já a viu caida no pátio interior com o SAMU. os bombeiros, clinicamente morta,por queda do 4º andar.
O Clã Birkin está de luto. Eu também, Por Kate.


http://loudoillon.fr/

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A floresta dos sonhos azuis


A balneoterapia das quartas tem sido uma lição de vida. Há apenas uma fisoterapeuta e uma assistente para duas crianças, dentro de água, além de mim. Eu faço os meus exercíos no meu canto, vou fazendo espaço e brincando quando se metem comigo. As mamãs assistem.
Os franceses chamam "frites" aos "chouriços" multicolores dos exercícios e "flores" "às borboletas" para os exercicios musculares com as mãos e braços.
Uma das pequeninas, três anos  não tem apenas trissomia 21, tem muitos problemas degenerativos musculares e mesmo ósseos.
A outra, dois anos, foi várias vezes operada a uma perna, para lhe retirarem um tumor maligno e 10 cm de osso. Depois enxertaram, acrescentaram pele e osso da bacia e do rabinho e hoje ela sorria como uma garota feliz e doce na água quente, a chapinhar, contente, com as suas braçadeiras e tanguinha com estrelas. A mamã dizia que, no futuro, a filha a pouparia de tatuagens sob o biquini...e riam muito. A sua menina salvou-se da morte e, depois da operação de setembro, recuperou os 10 centímetros que lhe faltavam e ostenta uma cicatriz direitinha da coxa ao tornozelo, ainda bastante vermelha.
"Cansa-se um bocadinho quando anda, e damos-lhe uma muleta....mas ela não gosta", conta a mãe..
Quando terminei os meus exercícios coloquei o "chouriço azul de espuma" na barra da piscina terapêutica, onde já estavam entalados chouriços de espuma amarelos, cor de rosa e verdes. Faziam um túnel para elas passarem por baixo, entrarem de um lado e saírem pelo outro.
Despedi-me, desejei um Bom Natal e muitas prendinhas do Menino do Céu. A pequenita, que comparava a perna dela com a minha, riu-se e chamou pela mãe - a bater com os pés e a empinar-se nas braçadeiras com bonecos: "Regarde, Maman! Maintenant, on a une fôret de rêves bleus!"

sábado, 7 de dezembro de 2013

Blasfémia pura

Será, oh Mãe de Deus 
que O criámos?
Blasfema e simples
pergunto:
onde está o meu último defunto
para onde foram
os amores da minha vida?
Porque estarão bem
se fiquei ferida?

Na guerra
levamos os camaradas
como podemos
às vezes em braços
arrastados, mutilados
outras vezes
apenas cansados
do desespero dos atropelos
da desumanidade.

Não morremos
nunca morremos
mas criámos um universo
que é um hospital de sobreviventes
um Paraíso
repartido e indecente
entre o Mundo do Mal
e a Mãe
que somos nós
de um Universo sem igual.


                                                       Maria João Carvalho

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Mandela porque sim


O humanismo de Mandela, como o do Dalai Lama, de João Paulo II, de Ghandi, de muito poucos desta fibra, tem de ser perpetuado com honra.
A dignidade deste homem que se sentou a beber chá com os carrascos, depois de liberto, que os convenceu a participar na grande festa da democracia multirracial, que se apaixonou perdidamente aos 78 anos - quando se sentia o homem mais sozinho do mundo e se casou, aos 80, com uma mulher como Graça Machel, tem de ser honrada. Os milhares de cidadãos que, neste momento o lembram, circunstancialmente ou de coração, têm de lembrar, amanhã, depois de amanhã, depois do dia 15 e no Natal, e Ano Novo, que Mandela não é um mito, é uma realidade, uma luz e uma energia que todos podemos partilhar. Tinha o rosto de um homem, inteligente, simples mas hábil, que já não está aqui mas que pode habitar a alma de quem lhe quiser abrir a porta. Os moçambicanos deviam abrir, porque estão mesmo ao lado, e Graça pode agraciá-los com alguma da sabedoria adquirida por mérito próprio e ao lado de Mandela....porque precisam. Os portugueses também.



quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Não há paz sem força real

Numa alusão ao artigo No peace without real force,http://fw.to/WPQs6jE do Tampa Bay Times, penso que:


 Num Mundo ideal, o ser humano não precisaria de ter indústrias de armamento, para começar. Mas desde que o homem é Homem, a conquista faz-se pela luta e nunca deixa de haver desejo de conquista porque o ser humano está cada vez mais ambicioso.
Quando aconteceu o massacre no Ruanda, todos lembraram que já depois da II Guerra Mundial se tinha dito "Nunca Mais". Mas o massacre do Ruanda aconteceu (1994) porque a ONU não se deu ao trabalho de conseguir um mandato para defender a população e fugiu cobardemente do Ruanda, deixando os civis entregues à sua sorte, ou seja, aos golpes insdiscriminados de drogados manipulados sedentos de sangue.  
Depois disso, pensei que não se empilhariam mais cadáveres em terreno que eu pisasse, como acontecera em Sarajevo, Srebrenica (Bosnia), em Vukovar e Vincocki (Croácia). Mas empilharam. Nomeadamente em Angola, onde os soldados carregavam os mortos na retirada mas ficava o ar empestado... a morte. Não era preciso muito para dar com eles. Nas Lundas, as famílias enterravam os mortos nos terrenos envolventes das casas, onde houvera jardins. No Huambo, fez-se tiro ao alvo, como em Sarajevo.
Assim, o que muda com a Síria ou com a Turquia, que não tenhamos já visto no passado? Melhoraram a arte de matar? Ou, por outras palavras - que de arte, já não tem nada - matam mais e mais depressa? As armas químicas são mais letais do que os mísseis? Ou trava-se uma guerra da Rússia e do Irão, com soldados talibãs, contra os aliados moderados do Líbano e Israel?
A paz só seria viável se a indústria do armamento fosse desmantelada. Se por cada americano deixasse de haver as seis pistolas que todos os republicanos se gabam de ter, para eles e crianças, claro...há que aprender a disparar desde pequenino.
Os terroristas fazem bombas com pregos, para fazer mais estragos e as crianças palestinianas, que passaram a idade de apedrejar, lançam cocktails molotov, tão fáceis de fazer.
 Assim, a paz entre os países deixou de ser possível, mesmo quando os vizinhos se respeitam. A França tem uma Legião Estrangeira em toda a África que lhe interessa - em 50 países, pelo menos. Destitui e coloca ditadores nas presidências, a seu belo prazer, que vêm depois gastar o dinheiro na praça Vendome. A Alemanha também tem uma indústria de armamento importante, mas continua a permitir as afrontas da Coreia do Norte ao Japão, apesar das bases americanas no seu território.
A hipocrisia humana é grande, quando se trata de falar de paz e dar apertos de mão em cimeiras que servem para conluios económicos bilaterais.
Infelizmente, a questão é: o que estamos supostos a sacrificar para não nos entrar uma guerra dentro de fronteiras? Enviar soldados para a morte além fronteiras?  
Temos gente a dormir na rua, em todos os países, e os republicanos americanos não querem pagar o programa de saúde de Obama? E o governo húngaro prende os sem abrigo que não recolherem a centros onde são espancados e roubados?
Que mundo é este onde todos trabalham para desconseguir a paz em troca de algum lucro? Onde se abusa dos impostos sobre o rendimento das famílias em prol do enriquecimento absurdo dos judeus das empresas de notação financeira que dão as notas ao comportamento económico dos países?
A paz só é mesmo possível com um exército por trás. Só que chegámos ao limite de termos milhões de descontentes com armas letais nas mãos. E, sem fronteiras, na Europa, a instabilidade é maior, e a paz é precária.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Viagem

Os "autocarros " aéreos permitem a gente forte sem tempo para lágrimas, ir afagar quem precisa mais, ou levar dinheiro ou buscá-lo, levar a cabeça para afagos e o peito para palmadas de coragem que o incitam sempre ao afastamento. Aprendi com o vaivém da Ryanair e de outros, que a viagem de outrora não se faz em 24 horas mas faz-se com o mesmo aperto do coração; não uma vez por ano, mas todas as semanas...e é mais duro...é mais duro saber que a segunda-feira, que custou um dia quase de viagem lá das berças, é de sorriso e força, e que a saudade não existe: existe estar presente, sempre, aqui deste outro lado do mundo.
Globalidade, globe trotter, o raio que os parta. Pensem em caminhar sem rumo e já descansam.
Um dia, hei-de chegar ao aeroporto ou a um cais qualquer e partir para o primeiro destino afixado. Sem obrigações. E com todos os que amo no regaço...até às pontas dos dedos. Amar e pronto. Ir amando.

A presidência do paradoxo

Eu sei, senhor Presidente, que o governo tem de pagar 13 mil milhões de euros no primeiro semestre do ano para não cair na alçada de um segundo resgate; sei que a Função Pública ativa é uma carga pesada e que não se deve tocar em aposentações por princípio.
Mas tenho fotografado, ao longo da última década, o parque automóvel de empresas como os CTT, a RTP, etc. Não compreendo porque é que os diretores destas empresas não podem deslocar-se em viatura própria ou em transportes públicos.
Eu não conduzo nem nunca conduzirei: gosto de caminhar, falar com as pessoas, ver as paisagens e ler muitos livros e jornais. Por isso, senhor presidente, eu não entendo a diferença entre o BMW privado e o BMW pago pelo Estado se o contribuinte tiver de pagar o do Estado (eu nem percebo o conceito de viatura de serviço...)
O contribuinte médio, que conheço, escolhe automóveis com ótima prestação e melhor preço - relação qualidade-preço. Porque é que não se legisla , neste país, para poupar, e legisla-se para facilitar a vida dos criminosos como os da Casa Pia? Como acha que explico isto aos meus camaradas de trabalho a nível internacional?
-Eu sei que o Sr. Presidente não é, na realidade, o bom destinatário destas perguntas todas. Mas eu sou monárquica e católica, estou habituada a dirigir-me ao Rei ou a Deus, pois pouco acredito em intermediários...
Sei que o Senhor Presidente prescindiu de uma reforma, assim como a Presidente da Assembleia da República; imoral é terem de escolher e não obterem aquilo que, pela lógica da média de ordenados aplicada deve ser auferido.
O meu irmão é Professor Catedrático com dois Doutoramentos, portanto, sei do que falo.
Não são as pensões de quem trabalhou com determinado ordenado que me choca; são os ordenados auferidos por quem não tem qualidades - além das que lhes são atestadas pelos amigos de família que me chocam; as dos empresários que votaram à venda, aos chineses e angolanos, as nossas melhores empresas. Porque são tratados com mordomias, se deviam estar na prisão? Na Islândia, os culpados pela crise estão a cumprir pena.
O Senhor Presidente foi muito amável comigo quando almoçámos na qualidade de primeiro-ministro e presidente da associação de jovens jornalistas. Já então o senhor me gabava a vontade de mudar o mundo pela positiva.  Há 14 anos que estou fora do meu país. Mas tenho família, amigos e estagiários, prontos para virar a mesa dos comensais de juros e  de salários pelo trabalho de outrém. Estamos todos cansados, senhor Presidente. Cansados de emendas na lei que apenas servem os grandes advogados.
Hoje, sofri o choque de ver as fotos de um condenado por violência doméstica, com pena suspensa, entregar o troféu de um jogo em prol de uma associação de luta contra a violência doméstica.
É o país a que preside, Senhor Professor. Meta mão nisto, sim?
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Games of Thrones

É grande a carga
pesada
penso que deves 
temes
e carregas onde falhas
amortecemos
sem velarmos
o que te mata
sem senso
nessa batalha
protegemos-te
e tu descarrilas como
se um vagão te atropelasse
na nossa estrada.

Heróis Sem Tempo - Judite Sá Pereira de Sousa




Pensei descontinuar este blog muitas vezes, nos últimos anos. Desapeteceu-me escrever, revolucionária e exigente como fui, e parecia servir-me do meio como se de um muro de lamentações se tratasse. Não me aprazia de todo... A série dos Heróis Sem Tempo não acaba (gostaria que sim...). Sarajevo continua, 21 anos depois, com todos os traumas dos sobreviventes que me escrevem e dos grupos com quem mantenho algum intercâmbio. Não sei o que se vai passar, se descontinuo ou não.
Mas hoje, mais uma vez, um Herói sem Tempo partiu para o jardim daqueles onde ainda não chegamos e, por isso, não podemos descrever.
Mas, garanto-vos que esta heroína, a quem chamávamos Mandaleta (termos açorianos, inventados, japoneses mal amanhados, abaixo de gererala, tá bem de se ver) merece que a lembrem.
Foi diretora de uma escola de surdos mudos - quando o marido, continental de Castelo Branco, a conheceu. O amor foi tão evidente e profundo que os meninos e meninas o esperavam (quando ele a ia buscar) para lhe ensinarem a  linguagem essencial, depois da mímica.
O Quim, bom garfo, bom companheiro, contáva-nos estas histórias com os olhos brilhantes de amor.
Antes de ir jantar lá a casa passei, com a Judite, na nossa casa da Rua de Lisboa 19 e o isqueiro com que alumiava a falsa (sotão) saltou e estourou.
Regressei à Universidade a Lisboa e ele morreu, aos 40 anos, depois desta tempestade estranhíssima em que a eletricidade foi abaixo em toda a Ponta Delgada.
Sonhei com ele, antes. Tinha-me fritado uns carapauzinhos frescos e tinha tido os amigos à minha espera em Ponta Delgada a uma segunda-feira.
Os voos tinham sido anulados e tive direito a carapaus de escabeche à chegada, na quarta, porque não éramos esquisitos. Importante era estarmos juntos.
Lembro-me imenso do jardim e dos coelhos anões, angorás, giríssimos.
Hoje, aqui em Lyon, França, depois da chuva quase tropical e de uma humidade pesada, dei por mim a arrancar ervas no meu microparaíso e a dizer à "Noisette" (coelha) que o Quim não iria gostar de tanta erva a crescer assim à parva. E a Judite...aquela que trouxe, através dos filhos (Beatriz e o António Joaquim), a memória dos bons tempos, da energia dos vulcões e da lenda das Sete Cidades, assim como aos meus amigos, a quem enviei de visita como se fosse o "Papa do Vaticano dos Açores" (que me desculpe o nosso amigo Mota Amaral, colega da Mãe), dessa ilha em que ela foi o maior vulcão de energia impulsiva para quem ia caindo, de doença, depressão, viagens de amor ou velhice.



A Judite, profundamente minha, profundamente açoriana, gostava dos percebes da Figueira (mesmo doente, o Buzz, amigo Pereira da Fonte, e sua adorável Mãe arranjavam maneira para tudo arranjar, ou os amigos da minha filha pescavam os percebes, e gostava de maracujá, figos, ananás e queijo fresco. O Buzz chegou a trazer os melhores maracujás do quintal da  casa..
A última vez que saí com ela, a Nara e o João, para ver o nosso Migues (Miguel Borges, na inesquecível interpretação na peça "A Morte de Danton", no D. Maria II, de Georg Büchner), bebemos ginginha e fomos, a seguir ao caldo verde e ao tinto.
A vida é assim, Judite. É hoje. E eu amo-te com a força com que o sangue me corre nas veias: até à exclusão de tudo o que tiver no corpo. A alma, afinal, somos nós todos, os amigos, a família, os animais e a relva. Do meu microparaíso apenas não vislumbro o teu...é só.







quinta-feira, 1 de agosto de 2013

BCE explicado aos simples mortais


Então, se o BCE é o banco destes Estados pode emprestar dinheiro a Portugal, ou não? Como qualquer banco pode emprestar dinheiro a um ou outro dos seus accionistas.

- Não, não pode.

Porquê?!

- Porquê? Porque... porque, bem... são as regras.


Então, a quem pode o BCE emprestar dinheiro?

- A outros bancos, a bancos alemães, bancos franceses ou portugueses.


Ah percebo, então Portugal, ou a Alemanha, quando precisa de dinheiro emprestado não vai ao BCE, vai aos outros bancos que por sua vez vão ao BCE.

- Pois.

Mas para quê complicar? Não era melhor Portugal ou a Grécia ou a Alemanha irem directamente ao BCE?

- Bom... sim.... quer dizer... em certo sentido... mas assim os banqueiros não ganhavam nada nesse negócio!

Agora não percebi!!..

- Sim, os bancos precisam de ganhar alguma coisinha. O BCE de Maio a Dezembro de 2010 emprestou cerca de 72 mil milhões de euros a países do euro, a chamada dívida soberana, através de um conjunto de bancos, a 1%, e esse conjunto de bancos emprestaram ao Estado português e a outros Estados a 6 ou 7%.


Mas isso assim é um "negócio da China"! Só para irem a Bruxelas buscar o dinheiro!

- Não têm sequer de se deslocar a Bruxelas. A sede do BCE é na Alemanha, em Frankfurt. Neste exemplo, ganharam com o empréstimo a Portugal uns 3 ou 4 mil milhões de euros.


Isso é um verdadeiro roubo... com esse dinheiro escusava-se até de cortar nas pensões, no subsídio de desemprego ou de nos tirarem parte do 13º mês.

As pessoas têm de perceber que os bancos têm de ganhar bem, senão como é que podiam pagar os dividendos aos accionistas e aqueles ordenados aos administradores que são gente muito especializada.


Mas quem é que manda no BCE e permite um escândalo destes?

- Mandam os governos dos países da zona euro. A Alemanha em primeiro lugar que é o país mais rico, a França, Portugal e os outros países.

Então, os Governos dão o nosso dinheiro ao BCE para eles emprestarem aos bancos a 1%, para depois estes emprestarem a 5 e a 7% aos Governos que são donos do BCE?

- Bom, não é bem assim. Como a Alemanha é rica e pode pagar bem as dívidas, os bancos levam só uns 3%. A nós ou à Grécia ou à Irlanda que estamos de corda na garganta e a quem é mais arriscado emprestar, é que levam juros a 6%, a 7 ou mais.

Então nós somos os donos do dinheiro e não podemos pedir ao nosso próprio banco!...

- Nós, qual nós?! O país, Portugal ou a Alemanha, não é só composto por gente vulgar como nós. Não se queira comparar um borra-botas qualquer que ganha 400 ou 600 euros por mês ou um calaceiro que anda para aí desempregado, com um grande accionista que recebe 5 ou 10 milhões de dividendos por ano, ou com um administrador duma grande empresa ou de um banco que ganha, com os prémios a que tem direito, uns 50, 100, ou 200 mil euros por mês. Não se pode comparar.

Mas, e os nossos Governos aceitam uma coisa dessas?

- Os nossos Governos... Por um lado, são, na maior parte, amigos dos banqueiros ou estão à espera dos seus favores, de um empregozito razoável quando lhes faltarem os votos.


Mas então eles não estão lá eleitos por nós?

- Em certo sentido, sim, é claro, mas depois.... quem tem a massa é quem manda. É o que se vê nesta actual crise mundial, a maior de há um século para cá.

Essa coisa a que chamam sistema financeiro transformou o mundo da finança num casino mundial, como os casinos nunca tinham visto nem suspeitavam, e levou os EUA e a Europa à beira da ruína. É claro, essas pessoas importantes levaram o dinheiro para casa e deixaram a gente como nós, que tinha metido o dinheiro nos bancos e nos fundos, a ver navios. Os governos, então, nos EUA e na Europa, para evitar a ruína dos bancos tiveram de repor o dinheiro.

E onde o foram buscar?

- Onde havia de ser!? Aos impostos, aos ordenados, às pensões. De onde havia de vir o dinheiro do Estado?...

Mas meteram os responsáveis na cadeia?

- Na cadeia? Que disparate! Então, se eles é que fizeram a coisa, engenharias financeiras sofisticadíssimas, só eles é que sabem aplicar o remédio, só eles é que podem arrumar a casa. É claro que alguns mais comprometidos, como Raymond McDaniel, que era o presidente da Moody's, uma dessas agências de rating que classificaram a credibilidade de Portugal para pagar a dívida como lixo e atiraram com o país ao tapete, foram... passados à reforma. Como McDaniel é uma pessoa importante, levou uma indemnização de 10 milhões de dólares a que tinha direito.


E então como é? Comemos e calamos?

- Isso já não é comigo, eu só estou a explicar...

terça-feira, 18 de junho de 2013

Rui Pedro



 A MÃE DO RUI PEDRO NÃO DESISTE


RUI PEDRO NÃO DEIXES MORRER A TUA MÃE. SE VIRES ESTA MENSAGEM A TUA MÃE SOFRE TERRIVELMENTE
NÃO TE ESQUECE!!!
POR FAVOR CONTACTA-A .
OBRIGADA A TODOS QUE REENCAMINHAREM.

ESTA MÃE NÃO DESISTE. QUE GRANDE MÃE... RUI PEDRO
Esta mensagem é um dos métodos a que a mãe do Rui Pedro tem recorrido para  que a ajudem a encontrar o filho, já que as autoridades Portuguesas têm deixado arrastar este caso há já nove anos. O mínimo que podemos fazer é reenviar esta mensagem para os nossos contactos na esperança de que um dia ela venha
a dar os seus frutos.Por favor divulguem esta mensagem junto dos vossos contactos nacionais e internacionais.



segunda-feira, 17 de junho de 2013

Repressão não pode mutilar nem matar...que Angola é esta?


Lunda-Norte: Polícia e Militares Reprimem Após Manifestação




Soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) encontram-se a patrulhar as ruas da vila de Cafunfo e a proceder a detenções arbitrárias no seguimento de uma grande manifestação ocorrida no Sábado, 15 de Junho.
Mais de 15 mil cidadãos saíram à rua ontem em repúdio à onda de homicídios e mutilação de corpos de camponesas, na referida localidade diamantífera, no município do Cuango, província da Lunda-Norte.
“Os militares das FAA estão a romper as casas das populações à procura de jovens para prenderem”, disse ao Maka Angola Paula Muacassenha, uma das organizadoras do protesto.
“Hoje (domingo) às 21h00, os militares prenderam dois irmãos, o Júnior e Waicela Alberto, que se encontravam a ver televisão em casa. Eles não participaram da manifestação, mas foram detidos sem causa. As FAA estão a prender à toa e a criar uma situação de terror aqui em Cafunfo”, disse a activista política.
Segundo depoimentos recolhidos junto da família dos jovens, os pais foram obrigados a pagar 16,000 kwanzas (equivalente a US $160), pela libertação dos jovens, após estes terem sido torturados de forma severa pelos militares. Os militares transferiram depois as suas vítimas à custódia da polícia, que continuou com os espancamentos antes de aceitar o pagamento.
.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

História do Ensino em Portugal por José Leite. 5 estrelas.

Tenho de partilhar este blog, de José Leite,  porque está uma delícia: a história do ensino ao longo dos anos, magistralmente ilustrada em Restos de Coleção. Não deixem de visitar.




terça-feira, 11 de junho de 2013

brrrrrr

Todos os dias penso fechar este blog, por falta de tempo ou pressões externas... e depois...há dias como este em que choro por impossibilidade de gritar.
A televisão pública grega fechou.
Os jovens turcos tentam retrair a fome de radicalismo islâmico mascarado de Erdogan.
A economia portuguesa está de rastos.
Acho, mesmo, que não temos economia.
A ANA está à à venda, assim como os CTT. Sou contra a ideia de que os CTT têm comprador por terem licença bancária. Os CTT funcionam. É só isso. O resto da Europa não funciona.
Ninguém quer comprar a CP ou a REFER, claro...estão em greve há  mais de dois anos. Têm de anunciar a greve até ao dia 31 e acabam a 29. Anunciam a próxima no dia seguinte...e assim dilatam os prazos.
Portugal é uma questão de dilatação de prazos.
Na Justiça é assim, aliás.
Nem vale a pena repetir os exemplos.
Estou triste pelo meu país, pelos meus companheiros gregos e turcos...pelo mundo, em geral.
Vou rever O Vale era Verde (Lincoln) ou as Luzes da Ribalta (Chaplin).

sábado, 1 de junho de 2013

Lutar contra inimigos externos,é uma coisa.....inimgos que se aninham nas nossa células, nos matam dentro de nós, é mau-


sexta-feira, 31 de maio de 2013

A Van da minha Avó

Uma incrível jovem de 78 anos retratada incrivelmente pelo neto Luis Cardoso.

http://vimeo.com/64708995 

Surfamily


SURFAMILY – EVENTO INÉDITO EM PORTUGAL JUNTA FAMÍLIAS DE SURFISTAS



Lisboa, 30 de Maio de 2013

O Surfamily 2013 está aí! No final do próximo mês, as famílias que praticam surf vão poder juntar-se para um evento único e inovador, na Costa de Caparica. Hoje, pela primeira vez na história do surf em Portugal, temos três gerações de surfistas dentro de água a partilhar as ondas.

É justamente neste pressuposto que no dia 22 de Junho de 2013, entre as 10:00H e as 19:00H, irá acontecer em São João da Caparica, mais especificamente na praia do Lorosae (Sol Nascente), o primeiro evento de surf inteiramente dedicado às famílias.

O Surfamily pretende juntar neste dia as diferentes gerações de surf, tendo preparado para o efeito uma saudável competição entre duplas de pais e filhos, ou avós e netos, ou sobrinhos e tios... Esta competição decorrerá nas modalidades de surf e bodyboard, com dois escalões diferentes no que diz respeito ao surf (menos de três anos de experiência e mais de três anos de experiência), permitindo a todos os que partilham as ondas com os seus familiares a possibilidade de competir saudavelmente, ou de apenas estarem juntos dentro de água, numa partilha autêntica e tranquila, que muitas vezes não é possível nos dias rápidos em que habitualmente vivemos.

Para além desta “competição”, estão programadas mais uma série de actividades dentro e fora de água, como forma de celebrar também a chegada da estação mais quente do ano, um dia após o Solstício de Verão, que decorre no dia 21 de Junho. Na água teremos disponíveis para experimentação hand planes daAHUA (pequena prancha que se usa na mão para fazer body surf), Alaias (pranchas de madeira originais), Stand Up Paddle Boards, pranchas de madeira longboard e shortboard e ainda a possibilidade de, caso as condições permitam, experimentar mergulho junto do pontão norte da praia de São João.

Fora de água estarão disponíveis para experimentar dois trampolins, uma linha de slackline, tendo ainda a possibilidade de fazer uma aula de yoga durante o dia, ou pintar uma prancha com canetas Posca, com a ajuda de um artista que estará presente no espaço.

Uma vez que estamos conscientes que o futuro do nosso planeta é importante, a Surfrider Foundation Europe, através da sua delegação de Lisboa, vai promover uma limpeza de praia ao fim do dia, mesmo antes do Luau, a decorrer no Lorosae Beach Club, que está já a preparar um programa de música ao vivo. A este Luau associou-se também o SAL – Surf At Lisbon Film Festival, que decorre na semana seguinte e que vai aproveitar este dia para mostrar alguns filmes da edição de 2012.

Todas estas actividades serão gratuitas, excepto a competição e o Luau, para os quais a inscrição no sitewww.surfamily.org é necessária. No entanto, como ajudar não custa nada e é muito importante, o Surfamily associou-se ao projecto Surf For Food, que visa juntar alimentos para doar a uma ou mais famílias carenciadas da zona da Costa de Caparica. Assim, este será o contributo de cada família para participar nas actividades – levar um bem não perecível (arroz, enlatados, leite, etc.).

Para a Alfarroba, empresa que durante vários anos organizou os principais campeonatos de surf em Portugal, tendo contribuído positivamente para o crescimento da modalidade nas últimas décadas e sendo por isso reconhecida com mérito desportivo pela Federação Portuguesa de Surf, “este é um evento que faltava, que vai ao encontro de todos os surfistas portugueses e não apenas daqueles que competem habitualmente. O crescimento do surf em Portugal tem já uma certa maturidade, a que responde justamente o Surfamily.”

Este é um evento que conta com o apoio de vários parceiros que, tal como a organização, reconhecem o interesse da família, do surf e da família do surf em Portugal. Assim, no Surfamily 2013 já confirmaram estar presentes a AhuaAlfarroba Surf AcademyInLoveForTheOcean, Lorosae Sol Nascente Beach Club, Posca, Surf At Lisbon, Surf For Food e Surfrider Foundation Europe. A competição está homologada pela Federação Portuguesa de Surf e a organização está a cargo da Alfarroba, que conta ainda com a revista Surf Portugal e a empresa Zoom O Foco para apoio na divulgação.

Mais informações em www.surfamily.org

963726223 | 919129429

sexta-feira, 3 de maio de 2013

José Viegas, herói com tempo






Falar do último médico de Miguel Torga, do escritor que, não publicando, me incitava a escrever para os outros, do leitor dos mil acontecimentos e livros por dia, do musicólogo e do Irmão (com livre arbítrio, livre e assumidamente profano para ser mais puro) que foi José Viegas, seria reduzir a pedacinhos a grandiosa alma de um Eremita, amado pelos seus Irmãos Arnaut, Mário Silva, Moura e Fragoso, Carranca, Aroso, João, Marta e tantos outros.
O colecionador de extremos, de faianças e lembranças, mil salas dentro de salas e mil corações dentro do seu...é vago.


Em Rio de Vide e Semide, um dia, faremos um enduro de memórias dos Viegas entre as matas. Ele ensinou-me o trilho que seu pai, protestante, usava, para desviar as matilhas dos esbirros salazaristas de então.
RIP Z. Até já.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Significado do 1º de maio - fiz para a euronews

http://pt.euronews.com/2013/05/01/significado-e-historia-do-1-de-maio-dia-do-trabalhador/



smaller_text

1º de maio é o Dia do Trabalhador, data que tem origem a primeira
manifestação de 500 mil trabalhadores nas ruas de Chicago, e numa
 greve geral em todos os Estados Unidos, em 1886. Três anos depois,
 em 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França,
uma manifestação anual, em homenagem às lutas sindicais de Chicago.
A primeira acabou com 10 mortos, em consequência da intervenção policial
. São os factos históricos que transformaram 1 de maio no Dia do
Trabalhador. Até 1886, os trabalhadores jamais pensaram exigir seus direitos,
 apenas trabalhavam.
No dia 23 de abril de 1919, o Senado francês ratificou as 8 horas de trabalho
e proclamou o dia 1º de maio como feriado, e um anos depois a Rússia
fez o mesmo.
No Brasil é costume os governos anunciarem o aumento anual do salário
 mínimo no dia 1 de maio.
No calendário litúrgico celebra-se a memória de São José Operário por
 tratar-se do santo padroeiro dos trabalhadores.
Em Portugal, os trabalhadores assinalaram o 1.º de Maio logo em
1890, o primeiro ano da sua realização internacional. Mas as ações 
do Dia do Trabalhador limitavam-se inicialmente a alguns piqueniques
de confraternização, com discursos pelo meio, e a algumas romagens
 aos cemitérios em homenagem aos operários e ativistas caídos 
na luta pelos seus direitos laborais.
Com as alterações qualitativas assumidas pelo sindicalismo
português no fim da Monarquia, ao longo da I República transformou-se 
num sindicalismo reivindicativo, consolidado e ampliado. O 1.º de Maio 
adquiriu também características de ação de  massas. Até que, em 1919, 
após algumas das mais gloriosas lutas do sindicalismo
e dos trabalhadores portugueses, foi conquistada e consagrada na lei a
jornada de oito horas para os trabalhadores do comércio e da indústria.
Mesmo no Estado Novo, os portugueses souberam tornear os
 obstáculos do regime à expressão das liberdades. As greves
 e as manifestações realizadas em 1962, um  ano após o início 
da guerra colonial em Angola, são provavelmente as mais relevantes
e carregadas de simbolismo. Nesse período, apesar das proibições
e da repressão , houve manifestações dos pescadores, dos corticeiros, 
dos telefonistas, dos bancários dos trabalhadores da Carris e da CUF
No dia 1 de Maio, em Lisboa, manifestaram-se  100 000 pessoas, 
no Porto 20 000 e em Setúbal, 5000.
Ficarão como marco indelével na história do operariado português,
as revoltas dos assalariados agrícolas dos campos do Alentejo, que 
tiveram o seu grande impulso no 1.º de Maio de 62. Mais de 200 mil 
operários agrícolas que até então trabalhavam de sol a sol, participaram
 nas greves realizadas e impuseram aos agrários e ao
governo de Salazar a jornada de oito horas de trabalho diário.
Claro que o o 1.º de Maio mais extraordinário realizado até hoje, em
 Portugal, com direito a destaque certo na história, foi o que se realizou
 oito dias depois do 25 de Abril de 1974.
O Dia do Trabalhador também tem sido tubulento na Turquia, muitas vezes
 violento e mortal. Este ano fica marcado por uma originalidade : o regime
não quis proibir diretamente a manifestação tradicional na PraçaTaksim.
Mas começou uma renovação compleatmente desproporcionada para
impedir a chegada a concentração de trabalhadores e intelectuais no local
 histórico.
No Japão, o 1° de maio é comemorado a… 23 de novembro, desde 1948.
É chamado de Kinrou Kansha no Hi ( きんろうかんしゃのひ / 勤労感謝 の日),
que traduzindo seria “Dia da Ação de Graças ao Trabalho“.
Muito antes de ser considerado o Dia do Trabalhador, 1 de maio foi dia de outros
 factos históricos.
  • Em 1500, Pedro Álvares Cabral tomou posse da Ilha de Vera Cruz (atual Brasil), 
  • em nome do Rei de Portugal.
  • Já em 1707, passou a vigorar o Tratado de União, que transformou os
  •  reinos da Inglaterra e da Escócia em Reino Unido. A ópera ‘As Bodas 
  • de Fígaro’,  de Mozart, estreou em Viena, Áustria, neste dia, em 1786.
  •  E em 1834 foi abolida a escravatura nas colónias inglesas.
  • No primeiro dia de maio de 1960, iniciou-se uma crise diplomática entre 
  • antiga União Soviética e osEUA, com o abate do U-2, um avião espião 
  • norte-americano, pilotado por Francis Gary Powers.
  • O automobilismo sofre uma grande perda num 1° de maio: em 1994, 
  • no Grande Prémio de San Marino, o brasileiro Ayrton Senna sofreu um 
  • acidente grave e morreu no mesmo dia.
  • A 1 de maio de 2004, a União Europeia cresceu, com a entrada de mais
  •  dez países: República Checa, Hungria, Chipre, Eslováquia, Polónia, 
  • Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia e Malta.
  • E em 2011, 1 de maio foi dia da beatificação do Papa João Paulo II,
  •  exatamente no dia em que Barack Obama disse “We got him”, 
  • referindo-se ao terrorista Osama Bin Laden, capturado e morto numa
  •  operação norte-americana, no Paquistão.
  • Nasceram neste dia Jean de Joinville, escritor francês (1225), 
  • Aleksey Khomyakov, poeta russo (1804), e Sidónio Pais,
  •  presidente da República de Portugal (1872).

MJC

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Carta aberta do Sargento Neves Rodrigues






  UMA CARTA QUE CIRCULA PELA INTERNET DE UM SARGENTO DO EXERCITO ... A PASSOS COELHO Carta Registada com Aviso de Recepção SENHOR PRIMEIRO MINISTRO Sou prático e pretendo ser sucinto, como tal, vou directo ao que me move. Tomo esta iniciativa, imbuído de uma profunda tristeza e corrompido por uma revolta sem controlo que só a muito custo, tento dominar. Tenho 59 anos, uma vida preenchida de sofrimento e   vivências que me obrigam a denunciar a pouca vergonha que reina neste país. Quero desde já dizer-lhe que o senhor não me desiludiu politicamente porque sou apolítico e apartidário. Por isso, políticos, ou seja, malabaristas da política, chamo malabaristas para não chamar aldrabões da política e partidos políticos, não me desiludem. A única vez que votei na minha vida foi na 1a candidatura do Exmo Senhor General Ramalho Eanes que foi meu CHEFE e com muito orgulho, é meu Superior Hierárquico e na História do 25 de Abril foi, em minha opinião, o único Comandante Supremo das Forças Armadas, por inerência de funções e por direito de posto e Conduta Ética. Desde há largos anos a esta parte que vejo a minha PÁTRIA, por quem jurei fazer sacrifícios e dar a minha vida, como o fizeram o Senhor meu Pai, que verteu sangue por ELA, assim como vários Familiares e Amigos, culminando num primo que lhe ofereceu o melhor que tem um Ser   Humano:- A VIDA. E o que temos hoje? Um país hipotecado, sem lei, sem justiça e paulatinamente alienado a preço irrisório. Assiste-se a um festival de propagandas eleitorais, promovido por aldrabões e gente sem vergonha, sem decoro, sem ética e sem respeito pelo semelhante, principalmente pelos idosos e crianças. Já não falo na Instituição Militar, que não me espanta estar queda e muda, pois os respectivos chefes perdem toda a legitimidade ao permitirem-se ser nomeados por uns quaisquer políticos, em vez de serem eleitos pelos seus subordinados, no seio da Família Castrense. Assim, sou daqueles que por questão de Ética, se recusam a rever-se nestes chefes assim nomeados. Respeito-os hierarquicamente, pois os Regulamentos assim me obrigam, e, nada mais. De facto, a minha PÁTRIA, transformou-se neste país de vilãos e aldrabões políticos em que o senhor é um deles. Quer desmentir-me? Pode perfeitamente insistir nesse teatro mas tenho   boa memória e sou inteligente. Recordo-me de alguns debates políticos em que o senhor foi protagonista, e lembro-me de promessas que não só não cumpriu, como atraiçoou. Lembro-me perfeitamente de ter chamado várias vezes, mentiroso, ao senhor Sócrates. Por acaso, já fez um exame de consciência, se é que a tem!?! Se o fez, pode facilmente perceber que o adjectivo que usou para definir o senhor Sócrates, é demasiado lisonjeiro para o catalogar a si. Sabe? Na Ética Militar diz-se que “ a consciência é o nosso melhor juiz, enquanto não a assassinarmos”. O senhor já assassinou a sua com a avalanche de mentiras com que tem presenteado o Povo Português. Outra afirmação sua que retenho na memória é de que o senhor disse aos Portugueses, ser “o candidato mais africano”. Penso que se referia ao facto de ter casado com uma Senhora Africana!?! Pois bem, sou Transmontano de nascimento e Africano de crescimento. Nasci com os géneses da   coragem, da lealdade, da verdade, do respeito, da honra e da solidariedade. Foram estes valores morais que aprimorei e interiorizei no meu crescimento Africano. Posso absolutamente garantir-lhe que se o senhor dissesse na Guiné, metade das mentiras que tem dito neste país, já lhe tinham cortado o pescoço. Na Guiné, tuga mintroso, cá tá lebsi ginte garande. Na Guiné, tuga mintroso, cá tem falta di respito pa home e minher garande, nim minino qui cá tene maldade na coraçon. Pois é meu caro senhor, se não souber traduzir as frases atrás escritas, peça à sua Excelentíssima Senhora Esposa que lhe faça esse favor, e desde já, se me permite, com todo o respeito lhe endereço “mantenhas” e tudo “nha respito” e “consideraçon”. Já agora, aproveite a oportunidade para ler, estudar e meditar um pouco sobre a personalidade chamada Amílcar Cabral, para perceber o que é um HOMEM que nasceu para ser Líder, para libertar o seu POVO e   não para o espezinhar e vender a uma qualquer Troika como o senhor e todos os políticos sem vergonha que o antecederam, fizeram e fazem. Mas se o incomoda aprender com um Líder Africano, recorra à história do Senhor Sá Carneiro que de certeza está incomodadíssimo onde quer que Deus o guarde, por ver homens sem palavra a fazerem parte de um partido a quem deu credibilidade e o senhor, bem como outros como o senhor, denigrem e maculam. Senhor Pedro Passos Coelho, saiba que tal como o senhor rasgou as páginas da Constituição que contêm os artigos que o obrigam a cumprir os seus deveres de pagamento dos salários, pensões e subsídios, também eu me recuso a cumprir os artigos dessa mesma Constituição que me possam obrigar a reconhecê-lo como meu 1o ministro. Jurei cumprir e fazer cumprir uma Constituição que obriga os políticos, as F.A. e as Forças de Segurança, a serem o garante da defesa da Pátria e do seu Povo. Não cumpro nem   defendo, uma Constituição adulterada por si e por uma justiça que fecha os olhos a toda esta vilanice. Muito teria para lhe dizer mas, prometi ser sucinto. É muito mais demolidor o sentimento de raiva, de revolta de indignação, do que tudo o que escrevi. Para que não fique com a ideia que me acobardo atrás de um qualquer anonimato, quero dizer-lhe que me chamo José António Neves Rodrigues e que sou com muito orgulho, ética e muita honra, Sargento do Exército Português e ao serviço de um POVO e de uma PÁTRIA que se chama PORTUGAL. Lisboa, 11 de Fevereiro de 2013


Carta Registada com Aviso de Recepção

SENHOR PRIMEIRO MINISTRO

Sou prático e pretendo ser sucinto, como tal,
vou directo ao que me move.

Tomo esta iniciativa, imbuído de uma profunda tristeza e corrompido por uma revolta sem controlo que só a muito custo, tento dominar.

Tenho 59 anos, uma vida preenchida de sofrimento e vivências que me obrigam a denunciar a pouca vergonha que reina neste país.

Quero desde já dizer-lhe que o senhor não me desiludiu politicamente porque sou apolítico e apartidário.

Por isso, políticos, ou seja, malabaristas da política, chamo malabaristas para não chamar aldrabões da política e partidos políticos, não me desiludem.

A única vez que votei na minha vida foi na 1a candidatura do Exmo Senhor General Ramalho Eanes que foi meu CHEFE e com muito orgulho, é meu Superior Hierárquico e na História do 25 de Abril foi, em minha opinião, o único Comandante Supremo das Forças Armadas, por inerência de funções e por direito de posto e Conduta Ética.

Desde há largos anos a esta parte que vejo a minha PÁTRIA, por quem jurei fazer sacrifícios e dar a minha vida, como o fizeram o Senhor meu Pai, que verteu sangue por ELA, assim como vários Familiares e Amigos, culminando num primo que lhe ofereceu o melhor que tem um Ser Humano:- A VIDA.

E o que temos hoje?

Um país hipotecado, sem lei, sem justiça
e paulatinamente alienado a preço irrisório.

Assiste-se a um festival de propagandas eleitorais, promovido por aldrabões e gente sem vergonha, sem decoro, sem ética e sem respeito pelo semelhante, principalmente pelos idosos e crianças.
Já não falo na Instituição Militar, que não me espanta estar queda e muda, pois os respectivos chefes perdem toda a legitimidade ao permitirem-se ser nomeados por uns quaisquer políticos, em vez de serem eleitos pelos seus subordinados, no seio da Família Castrense.

Assim, sou daqueles que por questão de Ética,
se recusam a rever-se nestes chefes assim nomeados.

Respeito-os hierarquicamente, pois os Regulamentos assim me obrigam, e, nada mais.

De facto, a minha PÁTRIA, transformou-se neste país de vilãos e aldrabões políticos em que o senhor é um deles.

Quer desmentir-me?

Pode perfeitamente insistir nesse teatro mas tenho boa memória e sou inteligente.

Recordo-me de alguns debates políticos em que o senhor foi protagonista, e lembro-me de promessas que não só não cumpriu, como atraiçoou.

Lembro-me perfeitamente de ter chamado várias vezes,
mentiroso, ao senhor Sócrates.

Por acaso, já fez um exame de consciência, se é que a tem!?!

Se o fez, pode facilmente perceber que o adjectivo que usou para definir o senhor Sócrates, é demasiado lisonjeiro para o catalogar a si.

Sabe? Na Ética Militar diz-se que “ a consciência é o nosso melhor juiz, enquanto não a assassinarmos”.

O senhor já assassinou a sua com a avalanche de mentiras com que tem presenteado o Povo Português.

Outra afirmação sua que retenho na memória é de que o senhor disse aos Portugueses, ser “o candidato mais africano”.
Penso que se referia ao facto de ter casado com uma Senhora Africana!?!

Pois bem, sou Transmontano de nascimento e Africano de crescimento.

Nasci com os géneses da coragem, da lealdade, da verdade, do respeito, da honra e da solidariedade.

Foram estes valores morais que aprimorei e interiorizei no meu crescimento Africano.

Posso absolutamente garantir-lhe que se o senhor dissesse na Guiné, metade das mentiras que tem dito neste país, já lhe tinham cortado o pescoço.

Na Guiné, tuga mintroso, cá tá lebsi ginte garande.
Na Guiné, tuga mintroso, cá tem falta di respito pa home e minher garande, nim minino qui cá tene maldade na coraçon.

Pois é meu caro senhor, se não souber traduzir as frases atrás escritas, peça à sua Excelentíssima Senhora Esposa que lhe faça esse favor, e desde já, se me permite, com todo o respeito lhe endereço “mantenhas” e tudo “nha respito” e “consideraçon”.

Já agora, aproveite a oportunidade para ler, estudar e meditar um pouco sobre a personalidade chamada Amílcar Cabral, para perceber o que é um HOMEM que nasceu para ser Líder, para libertar o seu POVO e não para o espezinhar e vender a uma qualquer Troika como o senhor e todos os políticos sem vergonha que o antecederam, fizeram e fazem.

Mas se o incomoda aprender com um Líder Africano, recorra à história do Senhor Sá Carneiro que de certeza está incomodadíssimo onde quer que Deus o guarde, por ver homens sem palavra a fazerem parte de um partido a quem deu credibilidade e o senhor, bem como outros como o senhor, denigrem e maculam.

Senhor Pedro Passos Coelho, saiba que tal como o senhor rasgou as páginas da Constituição que contêm os artigos que o obrigam a cumprir os seus deveres de pagamento dos salários, pensões e subsídios, também eu me recuso a cumprir os artigos dessa mesma Constituição que me possam obrigar a reconhecê-lo como meu 1o ministro.

Jurei cumprir e fazer cumprir uma Constituição que obriga os políticos, as F.A. e as Forças de Segurança, a serem o garante da defesa da Pátria e do seu Povo.

Não cumpro nem defendo, uma Constituição adulterada por si e por uma justiça que fecha os olhos a toda esta cambada de aldabrões e malfeitores.

Muito teria para lhe dizer mas, prometi ser sucinto.

É muito mais demolidor o sentimento de raiva, de revolta de indignação, do que tudo o que escrevi.

Para que não fique com a ideia que me acobardo atrás de um qualquer anonimato, quero dizer-lhe que me chamo José António Neves Rodrigues e que sou com muito orgulho, ética e muita honra, Sargento do Exército Português e ao serviço de um POVO e de uma PÁTRIA que se chama PORTUGAL.

Lisboa, 11 de Fevereiro de 2013

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Festas de riso - como se diz nos Açores

Na verdade, não me lembro de rir com tanta vontade de um terceiro episódio da atualidade: 1° a demissão do ministro socialista do Orçamento, por evasão fiscal (tinha esquecidos 600 mil euros na Suíça); 2° A descoberta da 230 milhões de euros de impostos em paísos fiscais: investigação do ICIJ; 3° Demissão de destroyer Relvas. Hoje acredito em milagres.

Evasão fiscal categoricamente negada por um um político em desgra4a.

http://pt.euronews.com/2013/04/03/franca-mentira-categoricamente-negada-de-um-ministro-do-orcamento/

Fuga de 230 milhões de euros de impostos em paísos fiscais: investigação do ICIJ

Para o Rotativas e para a euronews - Maria João Carvalho


Paraísos fiscais foram finalmente “profanados”. Para onde foram 230 mil milhões de euros em impostos?
Uma investigação de 86 jornalistas de 46 países revela negócios obscuros de chefes de estado, membros do governo, políticos, empresários, oligarcas russos, colecionadores de arte espanhóis ou pequenos industriais gregos.
Dois milhões de e-mails, relacionados principalmente com o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, revelam negócios de várias personalidades do mundo inteiro em off-shores, locais onde circularão cerca de 32 biliões de dólares (32 milhões de milhões de dólares) livres de impostos. A revelação faz parte de uma investigação jornalística que começou hoje a ser publicada em órgãos de comunicação social em todo o mundo, sob a égide do International Consortium of Investigative Journalists [ICIJ], uma associação sem fins lucrativos com base em Washington (EUA).
Entre os envolvidos nestes e-mails, estão vários políticos, banqueiros e homens de negócios, cujas actividades começaram ou começarão agora a ser escrutinadas em todo o mundo. Alguns exemplos:
Jean-Jacques Augier, co-tesoureiro da campanha eleitoral de François Hollande, lançou uma distribuidora na China com base nas ilhas Caimão e tendo como sócio uma empresa sediada nas Ilhas Virgens Britânicas. Um magnata da construção do Azerbaijão, Hassan Gozal, controla diversas entidades nos nomes das duas filhas do presidente do país. O marido de uma senadora canadiana depositou mais de 1,7 milhões de dólares num off-shore. Pagou as custas em dinheiro e pediu para que as comunicações escritas fossem reduzidas ao mínimo. A mais conhecida colecionadora de arte espanhola, a baronesa Carmen Thyssen-Bornemisza, usa off-shores para comprar quadros. Um dos cinco Van Gogh que adquiriu, Moinho de Água em Gennep, foi comprado através de uma sociedade nas ilhas Cook. Um dos clientes dos off-shores nos Estados Unidos é Denise Rich, ex-mulher do magnata do petróleo Marc Rich, que esteve envolvido em acusações de fuga aos impostos por parte do ex-Presidente Clinton. Denise Rich colocou 144 milhões de dólares no Dry Trust, nas ilhas Cook.
Os dados analisados pelo ICIJ – International Consortium of Investigative Journalists – vieram de duas sociedades especializadas em domicílios offshore: Commonwealth Trust Limited, em Tortola, nas ilhas Virgem britânicas e Portcullis Trustnet, com sede em Singapura.
Investir numa sociedade offshore nada tem de ilegal, à partida, com exceção de ter como objetivo contornar as autoridades fiscais do seu país e não declarar o dinheiro.
Por isso, os próprios países recorrem aos paraísos fiscais: a principal fonte de investimento estrangeiro em cada país que integra o BRIC é um paraíso fiscal. Para a China são as Ilhas Virgens Britânicas o principal investidor; a Índia prefere as Ilhas Maurícias, e a Rússia optou pelo Chipre. O Brasil é dos mais conservadores: a principal fonte é a Holanda.
Significa isto que o investimento externo não é tão estrangeiro assim. As empresas dos próprios países deixam os lucros nos paraísos fiscais, e trazem de volta os valores disfarçados de investimento estrangeiro para evitar pagar os impostos.